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A RIQUEZA ESPELEOLÓGICA DE FLORIANÓPOLIS

  • Foto do escritor: Cauliflora Ambiental
    Cauliflora Ambiental
  • 17 de mai. de 2019
  • 2 min de leitura

A espeleologia é o ramo da ciência que estuda as cavernas.


O patrimônio espeleológico brasileiro é vasto, contando atualmente com 18.358 cavidades cadastradas junto ao Ministério do Meio Ambiente, e possui legislação específica que visa desde sua preservação até como devem ser realizados seus estudos.


Segundo a Sociedade Brasileira de Espeleologia, o Estado de Santa Catarina conta atualmente com 91 cavernas, sendo que 64 delas estão no município de Florianópolis.


Nosso município sofre há muitos anos com o crescimento urbano desordenado e o parcelamento de solo irregular, que configuram impacto ambiental direto às cavernas da Ilha da Magia.


Por outro lado, as cavernas não são um empecilho ao crescimento de Florianópolis, pois por meio de um desenvolvimento urbano sustentável e planejado é possível realizar um parcelamento de solo regular. Os estudos espeleológicos são realizados a fim de classificar o grau de relevância dessas cavidades e definir o raio protetivo que deve-se respeitar.


O Biólogo é o profissional responsável pelos Estudos Bioespeleológicos e a Bioespeleologia é o estudo da Fauna Cavernícola, que trata-se de um grupo de animais muito específicos, levando-se em conta o ambiente singular em que vivem, um ambiente totalmente escuro ou provido de pouca luz.


Tive a oportunidade de participar de um Estudo Bioespeleológico no bairro Saco Grande, realizado por equipe multidisciplinar. O objetivo era determinar o grau de relevância de quatro cavidades localizadas na área de influência de um futuro loteamento. Estudamos as áreas e fizemos coleta de fauna cavernícola. Contamos com a orientação e apoio da Dra. Maria Elina Bichuette e do Dr. Jonas Gallão, que fazem parte do LES (Laboratório de Estudos Subterrâneos) da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), onde o material coletado foi enviado para a identificação e lá estão depositados.


Em duas campanhas foram coletados 443 animais, pertencentes a 69 famílias diferentes. As aranhas e os insetos foram os mais coletados, além de opiliões, diversos tipos de grilos, percevejos, besouros, formigas, mariposas, escorpiões, sapos, rãs e pererecas.


Foram coletados, inclusive, sanguessuga terrestre e até caranguejo de água doce.

Espécies que constam como Ameaçadas de Extinção também foram coletadas, como o bagre Listrura camposi e a rã Ischnocnema manezinho, além de uma espécie nova de aranha a ser descrita e espécies cujo registro ainda não haviam sido feitas no nosso Estado.


Os estudos não chegaram ao fim, há muito ainda o que pesquisar!


Apesar do número expressivo de cavidades, Florianópolis necessita de muitos estudos espeleológicos, para que possamos conhecer a fundo nossas cavernas, sua geologia e fauna local.


Somente após o devido conhecimento será possível traçar o plano de manejo dessas áreas, visando a proteção dessas cavidades.



Matéria publicada no Jornal Informativo do Sul - Edição nº 107 - Abril/Maio de 2019.

 
 
 

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